07 novembro 2005

Bom dia

Acordou leve e bem disposto, como há muito tempo não se sentia. Depois dos imprescindíveis matinais, poliu vigorosamente a já reluzente careca e saiu, composto e sorridente, disposto a acolher a sorte que lhe ia encher o dia. Mas ao contrário de todas as intuições nocturnas, em vez de encontrar a sorte perdeu o norte logo ao virar da primeira esquina. Lembrou-se então que quem perde o norte perde a sorte, e assim aconteceu. Deu mais três passos e sentiu acabar-se o chão. Viu-se a voar sem saber como, ou quase sem saber como, porque havia velhinha. A velhinha baixou-se, apanhou-o e murmurou consolada: Que sorte, encontrei um alfinete! E espetou-o na lapela.

1 Comments:

At 10 novembro, 2005 16:08, Blogger Almerinda said...

Olá Lia...

..."Viu-se a voar sem saber como"...que maravilhosa deve ser essa sensação. Já estive perto...de voar assim, sem saber como, e continuo sempre a tentar...

Muitos beijinhos
Bedina

 

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