Ainda hoje. Agora.
Andava à procura desde sempre. Tinha percorrido todas as vielas escuras da cidade, caminhado os caminhos desérticos do interior, batido às portas mais improváveis.
Bateu a portas de tabernas de hálitos pesados de noite, entrou em palheiros de natais alheados, conheceu bairros onde o infortúnio era já forma de vida. Andou por paragens esquálidas de fome, calor e frio paralisantes, cada qual à sua maneira, virou caixas de lixo e recordações, assinaturas de vidas que não conheceu. Viu janelas que deixavam passar risos entrecortados e carícias natalícias.
Procurava. Desde sempre.
Conheceu nomes que nem sequer sabia soletrar, leu letras que não sabia existirem. Deu de caras com caras bibliotecas que lhe prometiam o caminho, com deuses que o ultrajaram na demanda.
E viu homens que o olhavam com ar de quem goza.
Continuou a procurar, sempre, para sempre.
Pelos montes de neves eternas, pela frondosa via de amendoeiras em flor, por mares e rios, por terras onde os tecidos cheiravam a rosas e onde as mulheres se banhavam em leite e mel, por sítios onde monstros o acompanharam com um sorriso entre fabulosas presas.
Procurava, continua à procura.
Em navios de corsários destemidos, em guerras passadas de ferros retinidos, em flores oferecidas no alto de uma torre de menagem, nos castros, nas eiras, nos campos, nos caminhos, nas veias, no sangue, na alma, no céu, em si.
Ainda hoje.
Agora.
Bateu a portas de tabernas de hálitos pesados de noite, entrou em palheiros de natais alheados, conheceu bairros onde o infortúnio era já forma de vida. Andou por paragens esquálidas de fome, calor e frio paralisantes, cada qual à sua maneira, virou caixas de lixo e recordações, assinaturas de vidas que não conheceu. Viu janelas que deixavam passar risos entrecortados e carícias natalícias.
Procurava. Desde sempre.
Conheceu nomes que nem sequer sabia soletrar, leu letras que não sabia existirem. Deu de caras com caras bibliotecas que lhe prometiam o caminho, com deuses que o ultrajaram na demanda.
E viu homens que o olhavam com ar de quem goza.
Continuou a procurar, sempre, para sempre.
Pelos montes de neves eternas, pela frondosa via de amendoeiras em flor, por mares e rios, por terras onde os tecidos cheiravam a rosas e onde as mulheres se banhavam em leite e mel, por sítios onde monstros o acompanharam com um sorriso entre fabulosas presas.
Procurava, continua à procura.
Em navios de corsários destemidos, em guerras passadas de ferros retinidos, em flores oferecidas no alto de uma torre de menagem, nos castros, nas eiras, nos campos, nos caminhos, nas veias, no sangue, na alma, no céu, em si.
Ainda hoje.
Agora.
E só não mostra fotografias porque o resto do blog também as não usa.
6 Comments:
Nem ouso citar-lhe o nome... se é quem penso; não me vá "o céu desabar-me sobre a cabeça..."... e acabo de perder o meu guarda-chuva.
gosto. muito. muito e muito. tenho dito.:) bjo.
[o resto do blog não sabe usar fotografias... mas tem pena]
E depois de ler o teu comentário sobre as "saudades do que não fizemos", reparo agora que há também saudades do que vemos, porque ler-te fez-me ficar com mais saudades de te ler. Devias ser obrigado a escrever assim todos os dias!
beijos muitos
e assim se escreve-descreve-inscreve. bjo.
cjt:
Calculo que não. Mas agradou-me esse "ar insuflado nos pulmões".
Sempre ao dispôr para: enfartes futebolísticos, vista turva por falta de lavagem, doença dos pézinhos de coentrada, queda de cabelo de capachinhos, etc, etc...
Bom feriado!
sampre, lia, sempre.
isto está lindo.
NÃO parem...
bacci
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