Carta ao Pai Natal (especial para o Lé Laré sem acento)
Pai Natal
Esta sou a Luisinha que mora no prédio cor de rosa muito alto que faz esquina com duas ruas. Não te consegui escrever mais cedo porque a mãe obrigou-me a lavar as paredes todas do meu quarto que tinham histórias e desenhos que eu fiz. Foi muito difícil mas já está. Tenho um problema porque na minha casa não há chaminé. Disse a senhora Alice que cá vem às terças feiras e por isso não podes entrar por lá. Mas já falei com a Ritinha que mora ali mesmo ao lado no prédio todo branco com as janelas cinzentas e tem chaminé. Ela disse que podes entrar por a chaminé da casa dela e depois sais outra vez até ao terraço e depois saltas pró terraço do meu prédio e depois abres a porta e desces por a escada e entras por a porta da cozinha que dá pra lá. Eu deixo a porta só encostada. Agora as prendas é assim. Eu queria uma ratoeira mas cá em casa nem sequer há ratos por isso se calhar é melhor outra coisa. Vou-te pedir uns binóculos. E também quero umas renas como as que tu tens mas não tragas o trenó porque o meu quarto é pequeno. As renas pode ser só uma. O canário que me deste o ano passado foi-se embora e por isso não quero mais. A mãe diz que foi porque eu deixei a janela aberta mas eu acho que ele foi porque quis porque havia mais passarinhos lá fora e depois foram todos fazer músicas juntos. Os canários não gostam de estar em casa das pessoas já devias saber muito bem. Também quero um espantalho mas não é para assustar os passarinhos. Pode ser aquele que está no caminho quando a gente vai para a praia e que tem um chapéu e palha a sair no sítio das mãos e está-se a rir. Mas eu sei que ele está triste porque não canta. Não quero mais bonecas nem nada dessas coisas. O resto pode ser tudo surpresa. Agora outra coisa. O Custódio da minha escola disse que o ano passado só lhe deste uma camisola e ainda por cima azul e ele gosta mais de verde ou castanho. O Custódio da minha escola é aquele menino que sabe fazer aviões de papel e jogar ao pião e tem olhos castanhos e cabelo castanho também. A professora não gosta dele e nem os outros meninos só eu e a Ritinha mais o Jorge é que gostamos. Por isso este ano ele quer um cavalo e um barco e uma bicicleta para ir prá escola. O cavalo pode ser castanho porque ele sabe que não tens cavalos verdes mas se tiveres ainda é melhor. Olha e se puderes traz-me a ratoeira e os ratos. Se faz favor obrigada.
3 Comments:
e apetece tanto....brincar nesta relva....ser assim. querer assim. dizer assim....bjo.
Para a menina Lia:
A menina não é pobre a pedir pelos vistos e pensa que eu já não tenho muito que fazer, não é? olhe que este ano as "encomendas aumentaram apesar do custo de vida estar cada vez pior porque os que podem mais também ganham ainda mais o que apesar da injustiça me retira algum trabalho que a menina não pense que eu apenas trabalho nesta época pois tenho uma loja de ferraduras para renas que por sinal até vai andando que aqui a mania dos automóveis ainda não está muito enraizada nos habitantes porque a maioria (que são os mais humildes) anda de rena simples e os outros que têm mais poder de compra anda de rena com tracção às quatro patas e eu porque sou o pai natal tenho uma rena especial com asas para poder deslocar-me com mais facilidade às chaminés embora hoje em dia já faça também entregas porta-a-porta que são mais simples e escuso de mascarrar o fato vermelho que não me saiu nada barato e por falar em barato olhe que eu tomei boa nota dos seus pedidos e para o Custódio e devo dizer-lhe que do modo como escreve sobre o miudo a menina deve andar a pensar noutras coisas e devo dizer-lhe que ainda é muito cedo para isso, ouviu?
PS: A menina não sabe que é feio gozar com os mais velhos?. Anda-me a escrever cartas com letras sumidas a ver se eu fico cegueta de vez?!
Não fique ao pé da chaminé, que se eu fôr a escorregar apanha com cento e vinte quilos em cima...
epá, lembrei-me agora que ainda não fiz a minha lista...
até logo!
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